segunda-feira, outubro 10, 2005

Bom senso e a mania de processar as pessoas

Eu estava conversando esse final de semana com a minha mãe sobre o tal caso de "erro médico" que aconteceu no Hospital das Clínicas.
A mulher tem trinta e poucos anos e uma doença vascular grave. Ela foi operada porque estava com hemorragia na aorta abdominal (não lembro os detalhes técnicos, não), que é um negócio super complicado, meu tio avô morreu há cerca de um mês por causa disso. O médico fez a cirurgia e salvou a vida da mulher. Acho que um ano se passou e descobriram que um afastador tinha ficado dentro dela.
A descoberda foi por acaso, o reumatologista resolveu fazer um exame de controle, e lá estava o negócio. Foi feita uma nova ciruurgia para retirar o a fastador e pronto. Minha mãe estava falando que a mulher tem um prontuário enorme, e que ela e o Ricardo releram minuciosamente todo o prontuário para ver se tinha alguma reclamação, qualquer coisa que os médicos pudessem ter deixado passar e que indicasse que tinha algma coisa lá. Nada. Absolutamente nada.
Agora a mulher está processando o médico e o Hospital por isso. Tudo bem, ela está no direito dela, foi um erro, foi. Agora, as alegações da mulher são fantásticas. Minha mãe estava me contando que a mulher alega que o afastador dentro da barriga dela atrapalhou a vida sexual dela com o marido. Só pra constar, um dos sintomas da doença dela são ulcerações (aftas), nas mucosas da boca e da vagina. Mas foi o tal afastador que ela nem sabia que estava lá que atrapalhou a vida dela.
Ela quer 3 milhões de reais de indenização. Três milhões de reais que ela nunca na vida dela ganharia, e que, se ela ganhar, vão deixar de ser usados para atender gente que precisa. Ela arruinou a carreira do cara que salvou a vida dela naquele momento, e que cometeu um deslize que não comprometeu em nada a vida dela. E tem o detalhe de que não tinha só o cara na sala, tinha toda uma equipe, e ninguém deu falta do tal afastador.
Pessoas erram. Elas devem pagar pelos seus erros? Claro. Mas tudo tem limite, né!

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