quarta-feira, agosto 09, 2006

Epifania Fonética

Lá estava eu na minha aula de Linguística aprendendo as consoantes quando, ao falar do "re" o professor pergunta se tinha alguém de Minas Gerais na sala. Levantei minha mão meio timidamente e o professor perguntou de onde eu era. Belo Horizonte, respondi. Ótimo, era exatamente de onde eu precisava. Ele mandou que eu falasse "pior" e eu falei, já me sentindo uma cobaia. O professor encontrou outra aluna, essa era do Rio e fez o mesmo pedido. Segundo ele o "re" do mineiro, ao contrário do que eu sempre pensei, não é igual ao do carioca. Não era um "re", mas um "he", aspirado. E não é o mineiro que fala assim, segundo o professor essa consoante está se extinguindo no Brasil, só é falada em Minas, na região próxima a Belo Horizonte. Ninguém mais no Brasil fala essa consoante.
Tudo bem que eu custei a perceber alguma diferença entre os sons, mas consegui percebê-la. Aí entendi por que na aula de Clássicos semestre passado sempre que a professora falava alguma coisa em Grego grafada "h"+vogal" na adaptação ao nosso alfabeto, ela dizia que não era bem o som de um "r", que era um som aspirado e issão não fazia sentido nenhum pra mim. O meu "r" já era daquele jeito...

Ah, também aprendi em Linguística que se o "i" do Françês é arredondado (tem que fazer boca de "u" e falar "i"), o do Japonês não é (tem que fazer boca de "i" e falar "u") e aparentemente os japoneses acham um sotaque horrível quando as pessoas arredondam o "u"... Fonética é divertido. Bem mais fácil aprender a falar outra língua assim do que simplesmente tentar imitar os sons que se ouvem.

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