Vinícius...
Um bêbado e devasso, apaixonado pela vida, sempre em busca da felicidade... Um poeta erudito e desbocado. Branco que queria ser negro. Homem de muitas mulheres, ainda que uma de cada vez. Gostava de gente, detestava a solidão. Mas seu melhor amigo era o whisky, o "cachorro em garrafado", como dizia. Ria, gargalhava, balançava o corpo todo, menos o pé onde repousava o copo...
Depois de ver Vinícius, eu me sinto ainda mais sem palavras que o normal, incapaz de organizar meus sentimentos. Um documentário pouco ortodoxo, com entrevistas em clima de buteco, música e poesias recitadas. Não é um estudo minucioso de cada passo da vida do "poetinha", mas um relato cheio de sentimento. Os entrevistados se emocionam, contam casos, cantam...
E eu, fiquei aqui assim, com um milhão de sentimentos à flor da pele. Eu não vi o filme, senti. Assisti com os olhos da alma e do coração. Não sei relatar tudo o que aconteceu, só que o que eu senti, os arrepios e o sorriso que não consegui conter ao reconhecer poemas que eu sabia recitar de cor há muito tempo...
Eu sou o Tom do Vinícius...
Chico Buarque contando ao Toquinho e mais alguém de cujo nome agora não me recordo, de quando fez a seguinte pergunta:
"Vinícius, você acredita em reencarnação?"
"..."
"Mas se você pudesse voltar, como ia querer ser?"
"Ah, assim mesmo, só com o pinto um pouquinho maior."
Todos caem na gargalhada e Toquinho diz "Eu não sabia disso!"
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